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Lesões de Joelho Associadas ao Balé

  • Foto do escritor: Daniel Hidalgo
    Daniel Hidalgo
  • 29 de ago.
  • 2 min de leitura

O balé é uma das formas mais completas e exigentes de arte e atividade física. Além da beleza dos movimentos, exige força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e, principalmente, repetição intensa de gestos técnicos. Essa combinação faz com que as(os) bailarinas(os) estejam mais suscetíveis a algumas lesões, especialmente nos joelhos.


menina praticando balé


Por que o joelho é tão afetado no balé?


O joelho é uma articulação central, que recebe grande sobrecarga tanto do peso corporal quanto dos movimentos específicos da dança. No balé, a exigência de rotações externas do quadril (en dehors), associada a movimentos como plié, relevé, sauté e pirouette, aumenta significativamente a pressão sobre as estruturas do joelho. Quando a técnica não é realizada de forma correta ou o corpo não está preparado, os riscos de lesão se tornam maiores.



Principais lesões de joelho no balé


  1. Síndrome da dor patelofemoral

    • Conhecida como "dor anterior no joelho", é comum em bailarinas devido à sobrecarga da patela contra o fêmur durante os movimentos frequentemente realizados durante a dança, como pliés e repetições de grand plié em ensaios prolongados.


  2. Tendinite patelar ("joelho do saltador")

    • Ocorre pelo impacto em excesso dos movimentos relacionados a saltos, agachamentos e flexões repetitivas do joelho, por exemplo no nomomento da aterrisagem após a realização de um jeté, em que a bailarina toca o solo após o salto em um movimento de flexão do joelho para absorver o impacto da queda.


  3. Lesões de menisco

    • Geralmente relacionadas a movimentos torcionais do joelho, os giros e rotações forçadas, como em uma pirouette ou em um tour, podem causar sobrecarga nos meniscos, levando a dores, estalos e até bloqueio do joelho.


  4. Lesões do ligamento cruzado anterior (LCA)

    • Embora menos comuns do que em esportes de contato, as lesões podem ocorrer em aterrissagens de grand jeté ou outros movimentos artísticos que envolvem grandes saltos. A lesão também está associada a movimentos de torção do joelho e ocorre com mais frequência em bailarinas(os) profissionais.


  5. Síndrome da banda iliotibial

    • Dor na parte lateral do joelho, frequentemente associada à repetição de movimentos de flexão de extensão do joelho.



Fatores de risco


  • Excesso de treinos sem recuperação adequada.

  • Falta de fortalecimento muscular, principalmente de quadríceps, glúteos e core.

  • Alterações biomecânicas, principalmente relacionados à falta de mobilidade.

  • Técnicas mal executadas, como o en dehors forçado a partir do joelho e tornozelo, em vez do quadril.



Como prevenir?


  • Fortalecimento muscular direcionado para quadríceps, glúteos e abdômen.

  • Alongamentos que favoreçam mobilidade do quadril e tornozelos.

  • Treino técnico supervisionado, com atenção especial aos pliés e ao alinhamento nos relevés.

  • Uso de gelo e descanso em casos de dor após treinos intensos.

  • Avaliação ortopédica e fisioterapêutica ao primeiro sinal de dor persistente.



Conclusão


O joelho da bailarina é uma articulação que precisa ser cuidada com atenção redobrada. A prevenção é sempre o melhor caminho, já que muitas lesões podem ser evitadas com fortalecimento adequado, técnica correta e respeito aos limites do corpo.


Se você pratica balé e sente dor nos joelhos durante seus pliés, sauts ou pirouettes, não ignore os sinais. Procure um ortopedista para uma avaliação detalhada e orientação adequada.




 
 
 

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Dr. Daniel Hidalgo Gonçalez

CRM-SP 137.057 | RQE 41.112

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