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Instabilidade Patelar

A patela é o osso circunferencial localizado na parte da frente do joelho. Ela liga o forte músculo quadríceps, que fica na parte da frente da coxa, ao tendão patelar.

Na região posterior da patela, há uma camada de cartilagem, que tem íntimo contato com a cartilagem da parte da frente do fêmur, em uma região chamada tróclea. A articulação entre a patela e a tróclea é a chamada articulação patelofemural ou femuropatelar.

 

Em uma situação normal, a patela deve permanecer em congruência com a tróclea durante todos os movimentos do joelho. Contudo, em certas ocasiões, a patela pode se deslocar na direção externa do joelho, deixando de ter contato com a tróclea. Esse fenômeno caracteriza a luxação patelar.

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Quando Acontece

A luxação patelar pode ocorrer após um trauma torcional do joelho, em que o pé fica preso e roda para fora, ao mesmo tempo em que é realizada uma alavanca no joelho. A luxação provoca uma dor intensa na articulação e geralmente o paciente precisa ser levado ao hospital para uma avaliação médica. Pode ocorrer deformidade, inchaço e dificuldade de mobilizar a articulação.

Em certos pacientes, a patela pode se deslocar sem que haja uma torção tão significativa do joelho e isso pode ocorrer de forma repetitiva. Nesses casos a primeira luxação costuma acontecer ainda na infância e os pacientes são diagnosticados com instabilidade patelar.

A instabilidade patelar ou instabilidade patelofemural é mais comum entre meninas jovens, de 10 a 17 anos de idade. Os pacientes com instabilidade patelar costumam ter alterações anatômicas que favorecem o deslocamento. Os principais fatores anatômicos relacionados à instabilidade são:

Displasia da tróclea;

Alinhamento em valgo do menismo extensor;

Inclinação patelar aumentada;

Patela alta.

Há também alguns fatores secundários relacionados à instabilidade patelar. São eles:

Anteversão femoral excessiva;

Rotação externa da tíbia excessiva;

Joelho recurvado

Joelho valgo.

Diagnóstico

O episódio de deslocamento da patela costuma ser bastante doloroso, necessitando de intervenção médica rápida para que a patela seja recolocada no seu lugar habitual.

O paciente costuma relatar ao médico como o deslocamento ocorreu. Aqueles pacientes com luxação recorrente costumam ter mais facilidade para relatar.

O diagnóstico da patela luxada pode ser realizado de forma clínica, já que a deformidade pode ser facilmente observada pelo médico. Contudo, quando o paciente chega ao médico com a patela no lugar, ou seja, quando a patela volta ao seu lugar habitual de forma involuntária, o diagnóstico pode não ser tão fácil.

Os pacientes portadores de instabilidade patelar devem ser examinados cuidadosamente, já que há várias possíveis alterações no exame que pode direcionar as causas do deslocamento da patela.

Além disso, alguns exames devem ser solicitados pelo ortopedista para que as alterações anatômicas responsáveis pela instabilidade patelar sejam observadas.

Os exames que mais trazem informações são:

Radiografias do joelho;

Tomografia computadorizada;

Ressonância nuclear magnética.

Tratamento

Após o primeiro episódio de luxação da patela, ainda na fase aguda do problema, o tratamento deve ser imediato para que a patela seja colocada de volta oo seu lugar habitual. Muitas vezes o paciente já chega no médico com a patela no lugar.

Após a certificação de que a patela está na posição correta e que nenhuma complicação ocorreu, como fratura, fragmento livre intra-articular, entre outras; o tratamento não cirúrgico é indicado, baseado em medicações anti-inflamatórias e analgésicas, gelo sobre a parte da frente do joelho e imobilização gessada ou através de dispositivo removível. O período de imobilização varia de duas a seis semanas. Na fase aguda, ainda pode ser necessária a punção do joelho para alívio da dor, caso o inchaço, ou derrame articular, seja muito relevante e impeça os movimentos.

Após a imobilização o paciente deve ser encaminhado para a reabilitação com fisioterapia.

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O tratamento dos pacientes que apresentam instabilidade patelar, com episódios recorrentes de deslocamento, é diferente. Ele é baseado em fisioterapia motora para reequilíbrio da musculatura envolvida e na correção cirúrgica dos fatores anatômicos relacionados à instabilidade patelar.

 

Há diversas cirurgias descritas para o tratamento da instabilidade patelar. Contudo, os procedimentos realizados com maior frequência são:

Reconstrução do ligamento patelofemural medial (LPFM);

Condroplastia ou osteocondroplastia (artroscópica ou convencional);

Osteotomia da tuberosidade tibial;

Liberação da retinácula lateral da patela (artroscópica ou convencional).

 

Após o tratamento cirúrgico é importante que o paciente inicie logo a reabilitação com fisioterapia motora.

Saiba mais

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